DOENÇA CELÍACA E NUTRIÇÃO
Vera Assunção
Nutricionista UFRJ – CRN 4 - RJ
A doença celíaca é um distúrbio auto-imune transmitido hereditariamente. E o GLÚTEN, que NÃO deve ser consumido pelo portador desta patologia, é a proteína encontrada no trigo, cevada, malte, centeio e aveia, que não devem se quer passar perto da alimentação de um celíaco. Quando uma pessoa com doença celíaca ou sensibilidade ao glúten, come ou bebe qualquer produto contendo esta substância, o sistema imune responde destruindo o revestimento do trato intestinal, o que afeta a habilidade do corpo de absorver nutrientes. Uma dieta cuidadosa que exclui o glúten pode prevenir os sintomas da doença. Em 1888, os primeiros manuscritos já abordavam este problema gastrointestinal, a qual foi denominada, por doença celíaca. No período da Segunda Grande Guerra, o médico holandês Willem Dicke, observou a melhora em pacientes da doença celíaca, quando por conta da escassez de trigo e conseqüentemente do pão, estes pacientes tiveram uma melhora acentuada e considerável. Segundo pesquisas da UNICEF, a doença celíaca tem uma enorme incidência na Argélia, atingindo uma criança para cada grupo de 18. Estas pesquisas ainda não fecharam questão se é uma condição genética.
ALGUNS DOS SINTOMAS QUE PODEM IDENTIFCAR QUE VOCÊ É PORTADOR OU ESTÁ DESENVOLVENDO A PATOLOGIA:
· Dores e distensões abdominais;
· Refluxo;
· Inchaço;
· Prisão de ventre;
· Diarréia;
· Gases e flatulência;
· Fezes gordurosas, fétidas e flutuantes;
· Náuseas;
· Vômito;
· Perda ou ganho de peso;
· Fadiga;
· Dores nas articulações – ossos e músculos.
Alimentos básicos da dieta SEM glúten incluem:
· Feijão;
· Cereais sem malte de trigo ou cevada;
· Frutas e vegetais;
· Grão-de-bico;
· Pinole;
· Carne e aves (preparados de forma simples, ou seja, grelhados, assados ou cozidos – todos sem pele e sem gordura);
· Leite e seus derivados; (sem adição de sabores artificiais para o leite e para o queijo que não sejam fundidos)
· Tofu (queijo de soja);
· Castanhas;
· Bagas;
· Ovo cozido;
· Sementes;
· Peixes de mar (grelhados, assados ou cozidos);
· Linhaça;
· Milho;
· Arroz;
· Sorgo;
· Soja;
· Sagu;
· Mandioca;
· Inhame;
· Quinoa;
· Amaranto;
· Araruta;
· Batata.
É possível ingerir alimentos como massa, pão, panquecas e pastelaria, feito com grãos ou ingredientes alternativos, como arroz, trigo-sarraceno, tapioca, batata, farinhas de milho, amaranto e amido; tendo atenção para os rótulos dos alimentos que irão ser comprados, tanto por portadores da doença celíaca, como por aqueles que NÃO desejarem ter glúten em sua alimentação diária. Hoje a indústria nacional tem por norma de Lei, a determinação de informar se o produto possui glúten na sua composição original. A Lei de 1992 de número 8.543, determina que a Indústria de Alimentos deve incluir no rótulo dos a alimentos que produz a frase “CONTÉM GLÚTEN”, quando os mesmos possuírem trigo, aveia, malte, centeio e cevada. Em 2003 uma nova Lei a de número 10.674 institui a obrigatoriedade de todos os produtos alimentícios industrializados, enfatizarem a presença ou ausência do glúten por meio de tarjas de advertência.
Fontes mais conhecidas de glúten incluem:
· Alimentos empanados;
· Pães, croissant e outros;
· Pão Sírio;
· Bolos e tortas;
· Cereais;
· Embutidos (salame, salsicha etc..);
· Lanches prontos (cachorro quente, hambúrguer, batata frita, etc.);
· Panquecas e waffles;
· Massas e pizzas;
· Sopas prontas;
· Alimentos prontos e congelados;
· Alimentos recheados (biscoitos);
· Centeio;
· Croutons;
· Molho de soja;
· Arroz integral;
· Xaropes e vinagres de malte;
· Pão Azimo (matzo ou matzah);
· Cuscuz;
· Amidos em remédios (ATENÇÃO);
· Dextrina;
· Aveia (devido à contaminação cruzada na hora da colheita ou processamento);
· Pretzels;
· Por incrível que parece Hóstia tem glúten!.
ATENÇÃO PARA SINÔNIMOS DO TRIGO:
· Bulgur, semolina, espelta, frumento, trigo-duro, kamut, trigo integral, farinha de Graham, einkorn e seitan (usado para fazer os famosos hambúrgueres dos famosos fast-food!).
Existe o risco de contaminação cruzada, ou seja, Itens que NÃO contém glúten podem ser contaminados se forem produzidos em locais onde outros produtos com a proteína são processados; este risco também ocorre em plantações onde são cultivados o trigo, cevada, centeio e aveia em conjunto e possam contaminar outras culturas diferentes das mesmas.
Para um celíaco comer fora de casa, como por exemplo: restaurantes, escola, trabalho e bufês pode ser desafiador. Ligue com antecedência para saber se este local atende a sua “restrição” alimentar; planeje-se ou dê preferência a locais onde são servidas várias opções de cardápios. Também é importante ler os rótulos antes de comprar os produtos, apesar dos desafios, manter uma dieta saudável e balanceada é possível com educação e planejamento.
Qualquer pessoa pode vir a desenvolver a Doença Celíaca, os três fatores para gerar esta condição são:
- Predisposição genética;
- Dieta que inclua glúten;
- Algo no ambiente que dispare o processo. (*)
- (*) gravidez, cirurgia, acidentes de carro ou outros ferimentos físicos, trauma emocional ou desenvolvimento de alguma patologia inexistente.
Os exames que devem ser orientados para a confirmação da presença da doença celíaca ou sensibilidade ao glúten devem ser:
- Exame de sangue com ênfase para: tTG/IGA – específico para a doença celíaca;
- EMA/IGA;
- AGA/IGA (útil para crianças pequenas que tenham os sintomas – para fechar com precisão o diagnóstico;
- AGA/IgG – para detectar a sensibilidade ao glúten;
- Soro total IGA.
A doença celíaca não é uma raridade, pelo contrário, é uma das doenças genéticas mais comuns na população mundial. Pesquisas feitas no Brasil encontraram em São Paulo e Brasília as seguintes confirmações: São Paulo – para cada grupo de 214 pessoas, um é doente celíaco, em Brasília – um celíaco para cada grupo de 681 habitantes. Além disso, uma enorme porcentagem de pessoas tem sensibilidade ao glúten, o que pode provocar os mesmos sintomas e as mesmas repercussões sérias que a doença celíaca provoca.
A doença celíaca não é uma condição de exclusividade pediátrica, ela pode surgir a qualquer momento da vida, a atenção aos sintomas que foram citados acima, é de suma importância para seu controle e para dar início a uma redefinição alimentar.
Uma vez o diagnostico da doença celíaca ou sensibilidade ao glúten fechado, você pode considerar-se uma pessoa de muita sorte. Você passa há deter o conhecimento para melhorar a sua saúde e até a de sua família, que pode acompanhar seu novo estilo alimentar. Tirar o glúten é a primeira providência importante, tirar suas dúvidas com uma Nutricionista é o seu segundo passo mais importante.
Fonte de pesquisa:
Dra. Donna Korn – Médica pesquisadora sobre doença celíaca.
Patologia – Luiggi Bogliollo.
IBGE.
Ministério da Saúde – Coordenação Geral de Políticas de Alimentação e Nutrição.
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